Lambada de Serpente
Cuidar do pé de milho
Que demora na semente
Meu pai disse, "meu filho
Noite fria, tempo quente"
Lambada de serpente
A traição me enfeitiçou
Quem tem amor ausente
Já viveu a minha dor
Do chão da minha terra
Um lamento de corrente
Um grão de pé de guerra
Pra colher dente por dente
Lambada de serpente
A traição me enfeitiçou
Quem tem amor ausente
Já viveu a minha dor
A Metáfora Agrária e a Dor do Amor em Lambada de Serpente
A música Lambada de Serpente, interpretada pelo renomado cantor e compositor brasileiro Djavan, é uma obra que se utiliza de metáforas agrárias para expressar sentimentos de traição e desamor. A letra inicia com a imagem de cuidar de um pé de milho que demora a germinar, uma tarefa que exige paciência e dedicação, assim como os relacionamentos humanos. O conselho do pai ao filho, mencionando a alternância entre noite fria e tempo quente, pode ser interpretado como uma alusão às adversidades e às flutuações emocionais que a vida apresenta.
A 'lambada de serpente' é uma expressão poderosa que evoca a ideia de um golpe repentino e traiçoeiro, semelhante à mordida de uma cobra. Essa metáfora é usada para descrever a sensação de ser traído, um tema universal que ressoa com muitos ouvintes que já experimentaram a dor do amor não correspondido ou da deslealdade. A repetição dessa frase ao longo da música reforça a intensidade da dor sentida pelo eu lírico.
No último verso, a música faz referência ao 'chão da minha terra' e a um 'lamento de corrente', sugerindo uma conexão profunda com as raízes e a cultura de origem, talvez como um meio de buscar conforto diante da adversidade. A imagem de 'colher dente por dente' remete à ideia de retribuição e justiça, mas também pode ser vista como um ciclo de vingança que perpetua o sofrimento. Através dessa composição, Djavan explora a complexidade das emoções humanas, utilizando a terra e seus elementos como símbolos de experiências de vida mais profundas.