Não Chore Mais
No, woman, no cry
No, woman, no cry
No, woman, no cry
No, woman, no cry
Bem que eu me lembro da gente sentado ali
Na grama do Aterro, sob o Sol
Ob-observando hipócritas
Disfarçados, rondando ao redor
Amigos presos
Amigos sumindo assim
Pra nunca mais
Tais recordações, retratos do mal em si
Melhor é deixar pra trás
Não, não chore mais
Não, não chore mais
Não, não chore mais
Não, não chore mais
Bem que eu me lembro da gente sentado ali
Na grama do Aterro, sob o céu
Ob-observando estrelas
Junto à fogueirinha de papel
Quentar o frio, requentar o pão
E comer com você
Os pés, de manhã, pisar o chão
Eu sei a barra de viver, mas, se Deus quiser
Tudo, tudo, tudo vai dar pé
Tudo, tudo, tudo vai dar pé
Tudo, tudo, tudo vai dar pé
Tudo, tudo, tudo vai dar pé
Tudo, tudo, tudo vai dar pé
Tudo, tudo, tudo vai dar pé
No, woman, no cry (no, woman, no cry)
No, woman, no cry
Não, não chore mais (menina, não chore assim)
Não, não, não chore mais
No, woman, no cry (no, woman, no cry)
No, woman, no cry
Não, não chore mais (não chore assim)
Não, não chore mais
A Esperança em Melodia: Gilberto Gil e o Conforto de Não Chore Mais
A música Não Chore Mais, interpretada por Gilberto Gil, é uma versão em português do clássico 'No Woman, No Cry' de Bob Marley. A canção, que se tornou um hino de resistência e esperança, é marcada por sua mensagem de conforto e apoio, especialmente em tempos de adversidade. Gilberto Gil, um dos grandes nomes da Música Popular Brasileira e do movimento Tropicália, traz em sua versão uma mistura de reggae com elementos da cultura brasileira, criando uma ponte entre as lutas sociais da Jamaica e do Brasil.
A letra da música evoca imagens de união e solidariedade, com referências a momentos de convívio e partilha, como estar sentado na grama do Aterro, um conhecido parque no Rio de Janeiro, observando as estrelas e compartilhando o pão. Essas memórias de simplicidade e companheirismo são contrastadas com a realidade de amigos presos e desaparecidos, uma possível alusão aos anos de chumbo no Brasil, período marcado pela repressão e censura durante a ditadura militar. A repetição do refrão 'Não, não chore mais' funciona como um mantra de consolação e encorajamento, sugerindo que, apesar das dificuldades, há uma luz no fim do túnel.
A mensagem de otimismo é reforçada no verso 'Tudo, tudo, tudo vai dar pé', que em português é uma expressão de esperança de que tudo vai melhorar. A música se torna um símbolo de resistência pacífica e a crença na superação das adversidades. A escolha de Gil em adaptar essa canção de Marley não é apenas um tributo ao ícone do reggae, mas também uma forma de reiterar a universalidade da luta por justiça e paz, ressoando com o público brasileiro em seu próprio contexto histórico e social.