Abismo Zen

Orlando Morais

[Letra de "Abismo Zen" com Antonia Morais]

Eu estou armado até os dentes
E você não vem
Pra essa guerra que eu armei pra gente
Nesse abismo zen

Porque o silêncio é a poesia mais doída
Dói na própria vida, dói o corte, a cicatriz
A marca lenta onde a pele é dividida
E depois, como um animal, marcado
Segue reservado pro frigorífico
Pro supermercado segue retalhado
Com a alma ressentida tudo calculado
O peito, a coxa, o coração calado
O nervo, o fígado encharcado
A pele, o cérebro abandonado
Tudo exposto na vitrine, no balcão

E eu estou aqui, continuo armado
Um "Don Quixote" desse amor que me foi tirado
Mas vou continuar aqui com o pensamento preservado
Porque senão vocês terão vencido essa batalha

E eu estou aqui, continuo armado
Um "Don Quixote" desse amor que me foi tirado
Mas vou continuar aqui com o pensamento preservado
Porque senão vocês terão vencido essa batalha

E eu é que estaria
E eu é que estaria errado

Eu estou armado até os dentes
Eu estou armado até os dentes

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