Um Certo Galpão De Pedra

André Teixeira / Xiru Antunes

Cantigas de ronda antiga
Que há tempos não via mais
Querência, galpão de pedra
Fogão dos meus ancestrais

Destapa um sonho cautivo
Chuvita mansa e dolente
Que as vezes se para quieta
Só pra escutar minha gente

Madrugada se boleando
No coração cantador
Outras almas vão costeando
As brasas do parador

Cantiga que ronda
Pela pedra, pela brasa
Pela terra que moldou
O perfil de cada alma

O galpão reafirma o tempo
Templado pelos avós
Voz de vento, voz de tempo
Eterno que somos nós

Por fora é noite “muy” negra
Por dentro baeta vermelha
Mal comparando é um poncho
Sem o salpico de estrelas

E segue cantando minha gente
Serenateando “no más”
Um dia serão as pedras
Que habitam este lugar.

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