Azar É Festa
Elpídio dos Santos
Já não como mais angú
Hoje sou um Coroné
Não sou mais Jeca Tatu
Aqui hoje tem fartura
Ta sobrando até feijão
Bebo leite sem mistura
Como carne e requeijão
O meu cachorro estimado
Já deixou de ser sarnento
Tem um terno alinhado
E seu próprio apartamento
Eu lavo todo o leitão
Com perfume importado
Quando ele entra no facão
Sai toucinho perfumado
Até mesmo a galinhada
Hoje anda bem granfina
Vive toda enfeitada
Tem um galo em cada esquina
Se alguma coisa não presta
Isso não vou discutir
Pra mim o azar é festa
O que eu quero é divertir