O Astronauta de Mármore
[Letra de "O Astronauta de Mármore"]
[Verso 1]
A lua inteira agora é um manto negro, oh
O fim das vozes no meu rádio, oh, oh
São quatro ciclos no escuro deserto do céu
Quero um machado pra quebrar o gelo, oh
Quero acordar do sonho agora mesmo, oh
Quero uma chance de tentar viver sem dor
[Refrão]
Sempre estar lá e ver ele voltar
Não era mais o mesmo, mas estava em seu lugar
Sempre estar lá e ver ele voltar
O tolo teme a noite, como a noite vai temer o fogo
Vou chorar sem medo
Vou lembrar do tempo de onde eu via o mundo azul
[Verso 2]
A trajetória escapa o risco nu, uh, uh
As nuvens queimam o céu, nariz azul, ul, ul
Desculpe, estranho, eu voltei mais puro do céu
A lua ao lado escuro é sempre igual, al, al
No espaço, a solidão é tão normal, al, al
Desculpe, estranho, eu voltei mais puro do céu
[Refrão]
Sempre estar lá e ver ele voltar
Não era mais o mesmo, mas estava em seu lugar
Sempre estar lá e ver ele voltar
O tolo teme a noite, como a noite vai temer o fogo
Vou chorar sem medo
Vou lembrar do tempo de onde eu via o mundo azul
Estar lá e ver ele voltar
Não era mais o mesmo, mas estava em seu lugar
Sempre estar lá e ver ele voltar
O tolo teme a noite, como a noite vai temer o fogo
Vou chorar sem medo
Vou lembrar do tempo de onde eu via o mundo azul
[Saída]
Larará! Larará!
O Voo Lírico de O Astronauta de Mármore: Uma Análise Poética e Existencial
A música O Astronauta de Mármore, da banda Nenhum de Nós, é uma obra que transcende o tempo, marcando a história do rock brasileiro com sua melodia envolvente e letra carregada de simbolismo. Lançada em 1989, a canção é uma versão em português de 'Starman', de David Bowie, e embora preserve a essência da original, traz uma nova camada de interpretação sob a perspectiva dos artistas brasileiros.
A letra da música evoca a imagem de um astronauta, que pode ser interpretado como uma metáfora para o sentimento de isolamento e a busca por compreensão em um mundo que muitas vezes parece frio e distante. A 'Lua inteira agora é um manto negro' sugere uma transformação, talvez uma perda de inocência ou um despertar para a realidade mais sombria da vida. O desejo de 'quebrar o gelo' e 'acordar do sonho' reflete uma vontade de enfrentar a realidade, de romper com as ilusões que nos mantêm distantes da verdadeira experiência de viver.
A repetição do verso 'Sempre estar lá e ver ele voltar' pode ser vista como a constância da esperança, a crença de que, apesar das mudanças, há algo essencial que permanece intacto. A música também toca na ideia de que o medo é uma barreira que pode ser superada, assim como a noite teme o fogo. A referência ao 'mundo azul' remete a uma visão mais pura e serena da existência, talvez uma memória da infância ou um estado de espírito mais inocente. O Astronauta de Mármore é, portanto, uma reflexão sobre a jornada humana, com suas lutas e redescobertas, e um lembrete de que, mesmo após viagens escuras e solitárias, é possível retornar com uma nova perspectiva sobre a vida.