Lunatic - Mauvais œil (Análise) (Rap Tour Eiffel)

Morfeus

O grupo já não existe mais. Porém, o Lunatic, formado por Ali e Booba, deixou como legado um dos melhores trabalhos já lançados na França

Com o fim do duo, os MC’s tomaram rumos totalmente diferentes na carreira. Enquanto Ali seguiu em uma jornada mais discreta, Booba deu seus passos para se tornar o maior rapper francês da atualidade, elevou sua carreira a um nível espetacular, se reinventou, se aproximou do mainstream, chegou a colaborar com grandes nomes da cena estadunidense como 2 Chainz, Akon e Rick Ross, o rapper é o campeão de downloads da cena francesa. Conquistou milhares de fãs, amigos, e muitos, muitos inimigos. Pelo sucesso atingido, Booba é atualmente considerado uma espécie de “Drake francês”

Formado em Boulogne-Billancourt (subúrbio de Paris) no ano de 1994. O grupo já tinha passado por uma enorme frustração em 1996, por causa de desentendimentos com um produtor, foram impedidos de lançar o álbum "Sortis de l'ombre," depois de estar com o trabalho gravado (que perrengue hein!). Mas todos esperavam um grande projeto do duo parisiense, então, restava ao Lunatic apostar todas as suas fichas em um trabalho que revelaria todo o potencial do grupo, foi aí que, em 2000, lançaram o magnífico álbum Mauvais œil (“Mau Olhado”)

Mauvais œil se tornou um clássico, para alguns é o melhor álbum do rap francês. Sem dúvidas frequenta o ”Top 5” de 99% dos admiradores da cena. Um trabalho rústico, mas ao mesmo tempo genial, com letras que narram o cotidiano sombrio nos distritos e “banlieues” da Paris do início do século, os problemas políticos e sociais da França, racismo, injustiça, drogas, mas também uma celebração ao ego. Uma lírica envolvente, repleta de metáforas inteligentes, mas sem perder a agressividade característica do rap. O álbum possui uma excelente produção instrumental, beats pesados, rústicos, agressivos no estilo boom bap e uma vasta utilização de samples (no quesito instrumentação, é impossível não notar a semelhança com as peças de Havoc)

O duo Booba e Ali se completam perfeitamente em um sincronismo exato que faz deste álbum um trabalho tão especial, homogêneo. Mauvais œil é frequentemente comparado ao álbum The Infamous do duo nova-iorquino Mobb Deep

Algumas canções de Mauvais œil se tornaram verdadeiros clássicos do rap francês, como “Pas L'temps Pour Les Regrets” (“Não é tempo para arrependimentos”). Uma faixa bem reflexiva, “La Lettre” (“A Carta”) é uma incrível crônica, Booba personifica um cara que enviou uma carta contando o seu cotidiano na prisão, enquanto Ali personifica o destinatário da carta. “Le Silence N'est Pas Un Oubli” (“O Silêncio não é um esquecimento”). Faixa pesada, com um beat sinistro, metáforas sobre o cotidiano (e um incrível verso de Ali). A última track do álbum, “Civilisé” (“Civilizado”), é muito notória, apresenta um Booba sinistro, mandando umas punchlines monstruosas e um Ali um pouco mais “civilizado.”

Mauvais œil é o típico álbum que entra na playlist de quem curte a cena, para nunca mais sair, um excelente disco que marcou o extinto grupo Lunatic na história do rap francês, além de evidenciar o potencial lírico de Booba, o cara que nos dias de hoje é considerado simplesmente o melhor rapper da atual cena francesa

NOTA:

Curiosidades sobre a música Lunatic - Mauvais œil (Análise) (Rap Tour Eiffel) de Morfeus

Quando a música “Lunatic - Mauvais œil (Análise) (Rap Tour Eiffel)” foi lançada por Morfeus?
A música Lunatic - Mauvais œil (Análise) (Rap Tour Eiffel) foi lançada em 2015, no álbum “Rap Tour Eiffel”.

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