Atirado As Traças

Miguel Bicca / Sabani Felipe de Souza

Eu ando assim meio atirado às traças
Sem ter alguém para cevar meu mate
Que sinta falta quando estou pro campo
E sinta medo quando gineteio
Embora saiba que do meu arreio
Eu só me apeio pra matar a sede

Que atice o fogo nos invernos brabos
Quando cansado chego das tropeadas
Café passado, bóia bem caseira
Que venho enjoado de comer assado
Me aqueça o corpo quando a noite é fria
E me faça ver o quanto sou amado

Alguém que à tarde ao matear me faça
Ouvir as queixas do mais novo dos guris
Não puxou água nem a lenha pra cozinha
E além de tudo agora deu pra se sumir

Encilha um potro de taquara e diz que é tu
Agarra um fiambre e vai sestia no corredor
Só fala em tropas, campereadas e baguais
E acolhera os guaxos pra lidar de lavrador

Afinal sonhar um pouco adoça a alma
Dos que na vida andam sozinhos que nem eu
Tendo os arreios e os pelegos como catre
E em vez de quincha, um poncho negro e um chapéu

Alguém que à tarde ao matear me faça
Ouvir as queixas do mais novo dos guris
Não puxou água nem a lenha pra cozinha
E além de tudo agora deu pra se sumir

Encilha um potro de taquara e diz que é tu
Agarra um fiambre e vai sestia no corredor
Só fala em tropas, campereadas e baguais
E acolhera os guaxos pra lidar de lavrador

Afinal sonhar um pouco adoça a alma
Dos que na vida andam sozinhos que nem eu
Tendo os arreios e os pelegos como catre
E em vez de quincha, um poncho negro e um chapéu

Tendo os arreios e os pelegos como catre
E em vez de quincha, um poncho negro e um chapéu

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