Passando o Laço
Eu quando proseio comigo
encontro um amigo
de alma, querência
de mate e galpão...
E às vezes olhando as pessoas
as poucas e boas
compreendo a que venho
tocando violão...
A estância pra mim é o reduto
onde faço meu mundo
compondo de tudo
em cima do arreio...
Aliás, é onde o meu tempo
campeia o que penso
parando rodeio no campo do meio!
É onde se tem tão somente
uma volta sem ida...
E um verso cheirando a mangueira
depois da lida...
Eu ando sempre em campanha
onde a vista é tamanha
e quem me acompanha
anda pelas caronas
de charla, cordeona, cambona e chibo...
E às vezes de poncho quebrado
tropeando gado, escrevo a cavalo
armando um pealo,
com a bota presa no estribo...
É onde se rasga uma armada
num marca borrada criado veiaco.
E a alma procura a volta
passando o laço!