Laço, Cucharra e Grito
Quando emborco uma cucharra
Num potro que corre solto
Costeando um taipão de pedra
De um mangueirão de fazenda
Meu laço lambe o focinho
Pra depois cerrar nas mãos
O urco dá manotaços
Dando banção de mãos juntas
Firmo o garrão e me escondo
Nos flecos do tirador
Bufando pressente o tombo
Vai pra o céu e vem de lombo
Se esparramando no chão
A cola é uma casuarina
Em dia de ventania
Só quem fica na presilha
Escuta esta melodia
O laço, a cucharra, o grito
São filhos do mesmo pai
Pintos da mesma ninhada
Espinhos da mesma espora
Por isso que nesta hora
Sou galo em cima da casa
Abro o peito e bato asas
Me desmanchando num grito!