Estrada Nova
Presa às argolas do freio
Passando por traz das orelhas do pingo
A inspiração tenteia na boca das horas
O focinho do tempo
Solta no meio do mato
É clareira perdida campeada nos versos
De alguma poesia curtida pra fora
Planchada de lado
Pode estar na ressolana
Resguardada de vento
Ressabiada de inverno
Acostumada ao berreiro
De algum novilho tambeiro
Nascido de vaca mansa
Pode estar nas campereadas
Num toso de cola e crina
Numa tropilha gateada
Num mate de boas-vindas
Num trotezito chasqueiro
Pelas quebradas da vida
Então tá, devagar
Que a estrada é nova
E a inspiração um lugar
E a geada quando o vento levanta
É dia de encarangar