Clandestino

Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correré mi destino
Para burlar la ley

Perdido en el corazón
De la grande Babylon
Me dicen El Clandestino
Por no llevar papel

Pa' una ciudad del norte
Yo me fui a trabajar
Mi vida la dejé
Entre Ceuta y Gibraltar

Soy una raya en el mar
Fantasma en la ciudad
Mi vida va prohibida
Dice la autoridad

Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correré mi destino
Por no llevar papel

Perdido en el corazón
De la grande Babylon
Me dicen El Clandestino
Yo soy el quiebra ley

Mano negra clandestina
Peruano clandestino
Africano clandestino
Marihuana ilegal

Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correré mi destino
Para burlar la ley

Perdido en el corazón
De la grande Babylon
Me dicen El Clandestino
Por no llevar papel

Argelino clandestino
Nigeriano clandestino
Boliviano clandestino
Mano negra ilegal

Clandestino: A Voz dos Invisíveis na Grande Babilônia

A música Clandestino, do artista franco-espanhol Manu Chao, é um hino que retrata a vida dos imigrantes ilegais e a sua luta constante pela sobrevivência em terras estrangeiras. A letra é um relato poético e melancólico da realidade enfrentada por aqueles que são forçados a viver à margem da sociedade, muitas vezes invisíveis aos olhos da lei e desprovidos de direitos básicos.

A expressão 'grande babylon' faz referência à Babilônia, uma antiga cidade que, na cultura popular, é frequentemente associada a um lugar de corrupção e decadência. Neste contexto, a 'grande babylon' simboliza as metrópoles modernas, onde a desigualdade e a exclusão social são realidades palpáveis. O protagonista da canção se identifica como 'clandestino', uma pessoa que vive escondida e em constante movimento para evitar ser capturada pelas autoridades por 'não levar papel', ou seja, por não ter documentação legal.

A repetição de nacionalidades e a menção à 'Mano Negra clandestina' ampliam a narrativa para além de uma experiência individual, apontando para um fenômeno global de migração e marginalização. Manu Chao, conhecido por sua música de protesto e engajamento social, utiliza a canção para dar voz aos que são frequentemente silenciados e para criticar as políticas de imigração restritivas que forçam muitos a viverem como fantasmas nas cidades que buscam chamar de lar.