Que País É Este
Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
No Amazonas, no Araguaia-ia-ia
Na Baixada Fluminense
Mato Grosso, Minas Gerais
E no Nordeste tudo em paz
Na morte, eu descanso
Mas o sangue anda solto
Manchando os papéis
Documentos fiéis
Ao descanso do patrão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Terceiro mundo se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios num leilão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
A Crítica Social e o Desabafo em Que País É Este da Legião Urbana
A música Que País É Este, da banda Legião Urbana, é um verdadeiro hino de crítica social e política no Brasil. Lançada em 1987, no álbum de mesmo nome, a canção foi composta por Renato Russo ainda na década de 1970, mas permanece atual e relevante devido à sua temática atemporal. A letra aborda a corrupção, a desigualdade social e a falta de respeito às leis e à Constituição, elementos que, infelizmente, ainda são presentes na sociedade brasileira.
A repetição do questionamento 'Que país é esse?' funciona como um refrão que ecoa o sentimento de indignação e perplexidade diante da realidade do país. A música menciona diferentes regiões do Brasil, como o Amazonas, o Araguaia, a Baixada Fluminense, Mato Grosso, Minas Gerais e o Nordeste, destacando que, apesar das belezas e riquezas naturais, há uma mancha de sangue e violência que não pode ser ignorada. A referência à venda das almas dos índios em um leilão é uma metáfora poderosa para a exploração e o desrespeito aos povos originários e aos recursos naturais do país.
Legião Urbana, liderada por Renato Russo, foi uma das bandas mais influentes do rock brasileiro, conhecida por suas letras introspectivas e de protesto. Que País É Este é um exemplo de como a música pode ser um instrumento de reflexão e conscientização. A canção transcende o tempo e continua a ser um espelho para as mazelas sociais e políticas, servindo como um chamado para a mudança e a busca por um país mais justo e igualitário.