Tertúlia
Uma chamarra, uma fogueira,
Uma chinoca, uma chaleira,
Uma saudade, um mate amargo,
E a peonada repassando o trago...
Noite cheirando a querência
Nas tertúlias do meu pago!
Tertúlia é o eco das vozes
Perdidas pelo campo afora
Cantiga brotando livre
Novo prenúncio de aurora...
É rima sem compromisso,
Julgamento ou castração
Onde se marca o compasso
Com o bater do coração!
É o batismo dos sem nome
Rodeio dos desgarrados
Grito de alerta do pampa
Tribuna dos injustiçados...
Tertúlia é o campo sonoro
Sem porteira ou aramados
Onde o violão e o poeta
Podem chorar abraçados