Fiadores da Pampa
O guasqueiro trança o laço
Para as lidas da fazenda,
Com manha faz a encomenda,
Pra armada cortar no espaço.
Gastando a força do braço,
Para segurar mais um boi,
Com couro de outro que foi,
Guerreando aos tironaços
Seguindo a laçada certeira,
Entre dois laços, carneada.
Virada ao avesso, coureada,
Com jeito a carneadeira,
Vai trabalhando na anqueira,
Melhor couro pro sovéu.
Morrer de um jeito cruel,
Da maneira mais campeira.
Mas a vida é mesmo assim!
O laço que me refiro,
De irmão passa a inimigo
E quando o tomba no capim,
A vida chega ao fim,
Inicia outra trança de tentos,
Pro laço cantar nos ventos.
Destino de gado é assim!
O campo segue o ritual
De um manhoso serviço,
Seguindo como munício
Desse Rio grande imortal,
Que ama o tradicional,
Cria gado pra o sustento,
Rodeio, couro, alimento
Necessita do animal.