Vou Descendo o Morro / Vocês Estão Vendo Aquela Casa Pequenina Ponto de Malandro
Vou descendo o morro dizendo um velho ditado
É melhor andar sozinho do que mal acompanhado
Esse é irmão desse é um conselho que eu te dou
Não confie em qualquer um que qualquer um é falador
O mato tem dois olhos e as paredes dois ouvidos
A maior das traição é quando vem de um amigo
Mas eu vou me embora pra cidade do além
Vou me embora dessa casa sem dever nada a ninguém
Vou me embora dessa casa mas prometo aqui voltar
Só não volto nessa casa se a dona não deixar
Tchau tchau amor
Tchau tchau amor
Vou me embora mas te levo no pensamento
Onde for tchau tchau amor
Tchau tchau amor
Vou me embora mas te levo no pensamento onde for
Tchau tchau amor
Tchau tchau amor
Vou me embora mas te levo no pensamento
Onde for tchau tchau amor
Tchau tchau amor
Vou me embora mas te levo no pensamento onde for
Você estão vendo aquela casa pequenina
Lá no alto da colina que eu mandei fazer
É lá que malandro mora otário não tem moradia
Você estão vendo aquela casa pequenina
Lá no alto da colina que eu mandei fazer
É lá que malandro mora otário não tem moradia
É lá que malandro mora
É lá que malandro vai morrer
A Sabedoria do Morro e a Malandragem na Voz de Ikaro Ogãn
A música "Vou Descendo o Morro / Vocês Estão Vendo Aquela Casa Pequenina Ponto de Malandro" interpretada por Ikaro Ogãn, traz em sua essência uma reflexão sobre a vida, as escolhas e a malandragem, elementos frequentemente presentes na cultura do samba e do pagode, gêneros que muitas vezes abordam o cotidiano e as vivências nas comunidades. A letra inicia com um conselho que ressoa sabedoria popular: é melhor estar só do que mal acompanhado. Esse verso destaca a importância da autenticidade e da cautela nas relações interpessoais, sugerindo que a confiança deve ser reservada e bem colocada, pois até mesmo amigos podem trair.
A segunda parte da canção aborda a despedida e a saudade, com o eu lírico expressando o adeus a um amor, mas ressaltando que levará a pessoa amada em seus pensamentos, independentemente de onde estiver. Essa parte da música pode ser interpretada como uma metáfora para as despedidas da vida, seja de um lugar, de uma fase ou de pessoas, e a permanência dos sentimentos e memórias que continuam conosco.
Por fim, a música faz referência à malandragem, uma figura emblemática na cultura brasileira, especialmente no Rio de Janeiro, onde o morro e a favela são cenários de resistência e vivência. A casa pequenina no alto da colina é um símbolo de status dentro da comunidade, onde o 'malandro' - aquele que sabe viver e sobreviver com astúcia - tem seu espaço garantido, enquanto o 'otário' - aquele que é ingênuo ou desonesto - não tem lugar. A música de Ikaro Ogãn, portanto, é um retrato poético da vida nas comunidades, onde a sabedoria das ruas e a malandragem são valores reconhecidos e cantados.