Nova Sorte
[Verso 1]
Já era, roubei a faca e o queijo
Quanto mais eles falam, foda-se, mais eu cresço
Podres de espírito descem
Enquanto eles se empobrecem, mais eu me enriqueço
Não, não há caminho, parceiro
Pegue sua faca e abra a mata do seu jeito
Não pensa muito não, senão cê pára
R.e.t e Tudubom, filhão, ninguém separa
Baile do sal, na moral, segue normal
Sagacidade total, de snap back
Com ret na boca, o marginal
Metade intelectual, a outra pivete
Me ache comédia, o que for
Se nunca vai entender um milésimo do que eu sou
Num vou recuar, meu pensamento é meu lar
Cê precisa ser no mínimo Deus pra me julgar
Não sou distraído, mas
Simplesmente sou atraído por algo que não te atrai
Vou fumar um do bom pra contemplar
O mar virando sertão e o sertão virando mar
[Refrão]
Tirei o dia pra zuar...
Me entorpecer, viajar...
Só pensar em você...
Eu amo minha vida...
[Verso 2]
Também sou peso, também sou agonia
Harmonia e ritmo aceso
O vazio é indigesto
Mas subverto com a minha alegria
Quando teu sacrifício te alimenta
Nem tenta, ninguém mais pode te parar
Aceitar é sobreviver
Viver não, viver é a arte de se vingar
Música rústica, chutando os bucha
Perderam a lâmpada, já soltaram a bruxa
Meu flow te assusta, não tenta, rapaz
A crise me alimenta, a paz me dá angústia
Minha loucura é a realidade
Evito depender até da felicidade
Sons nascem do caos
Somos bons por maldade, eles maus por ingenuidade
Sem apego a qualquer espécie de
Doutrina, substância o que for
R-E-T foi quem te desarmou
Se eu te surpreendi, cê me subestimou
[Refrão]
Tirei o dia pra zuar...
Me entorpecer, viajar...
Só pensar em você...
Eu amo minha vida...
Filipe Ret e a celebração da autenticidade em Nova Sorte
A música Nova Sorte, do rapper carioca Filipe Ret, é uma expressão de autoafirmação e resistência diante das adversidades e críticas. A letra começa com uma declaração de independência e autossuficiência, onde o artista se coloca como alguém que, apesar das falas alheias, continua a prosperar. A metáfora da 'faca e o queijo' sugere que ele tem o controle de sua vida e carreira, e não se deixa abalar pelo negativismo externo. A ideia de que 'podres de espírito descem' enquanto ele se enriquece pode ser interpretada tanto em um sentido material quanto espiritual, indicando que enquanto outros se perdem em suas maldades, ele evolui e prospera.
O refrão da música traz um tom mais introspectivo e hedonista, onde Ret fala em se entorpecer, viajar e pensar em alguém especial, mostrando um lado mais pessoal e vulnerável. Essa parte da letra pode ser vista como um momento de pausa e reflexão, onde ele se permite desfrutar dos prazeres da vida e do amor, apesar das lutas e desafios do cotidiano. A repetição da frase 'Eu amo minha vida' reforça a ideia de gratidão e contentamento com sua trajetória e conquistas.
Por fim, a música aborda temas como a resiliência e a capacidade de transformar adversidades em força. Ret menciona que a crise o alimenta e que a paz lhe causa angústia, sugerindo que ele encontra motivação nos desafios e que a tranquilidade pode ser desconfortável para quem está acostumado a lutar constantemente. A referência a 'música rústica' e a rejeição a doutrinas ou substâncias reforça a imagem de um artista que valoriza a autenticidade e a originalidade, e que não se deixa moldar por expectativas externas. Nova Sorte é, portanto, um hino à individualidade e à força de vontade de seguir o próprio caminho, independentemente das opiniões alheias.