Teia de aranha

Elizabeth

Toda noite,
Todo dia,
É a mesma agonia.
A tristeza,
Com certeza,
Vai chegar
E me fazer chorar.

Na avenida,
Corrompida.
Uma leve brisa passa.
E embassa o meu triste olhar.
Tão cansado de esperar.

Na penumbra do meu quarto,
Não me farto,
De lhe recordar.
E a saudade,
É tamanha,
Que me apanha,
Como presa fácil,
Na sanha terrível,
Da teia de aranha.

Toda vida,
Mal vivida, com você,
Deixou lembranças.
Tão amargas,
Tão sofridas,
E nem por isso eu abro mão
Das esperanças.
De lhe ver voltar,
Chorar, se lamentar,
Se acovardar.
E com todo o amor
Que eu sinto ainda,
Me vingar.

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