Rosa-dos-ventos

Chico Buarque

E do amor gritou-se o escândalo
Do medo criou-se o trágico
No rosto pintou-se o pálido
E não rolou uma lágrima
Nem uma lástima para socorrer
E na gente deu o hábito
De caminhar pelas trevas
De murmurar entre as pregas
De tirar leite das pedras
De ver o tempo correr
Mas sob o sono dos séculos
Amanheceu o espetáculo
Como uma chuva de pétalas
Como se o céu vendo as penas
Morresse de pena
E chovesse o perdão
E a prudência dos sábios
Nem ousou conter nos lábios
O sorriso e a paixão

Pois transbordando de flores
A calma dos lagos zangou-se
A rosa-dos-ventos danou-se
O leito do rio fartou-se
E inundou de água doce
A amargura do mar
Numa enchente amazônica
Numa explosão atlântica
E a multidão vendo em pânico
E a multidão vendo atônita
Ainda que tarde
O seu despertar

Curiosidades sobre a música Rosa-dos-ventos do Chico Buarque

Em quais álbuns a música “Rosa-dos-ventos” foi lançada por Chico Buarque?
Chico Buarque lançou a música nos álbums “Chico Buarque de Hollanda (vol. 4)” em 1970, “A Arte de Chico Buarque” em 1975, “A Música de Chico Buarque (1978)” em 1978 e “O Prestígio de Chico Buarque” em 1981.

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