Um Violeiro Toca / Tocando em Frente / Amanheceu, Peguei a Viola
Um Violeiro Toca
Quando uma estrela cai, no escurão da noite,
e um violeiro toca suas mágoas.
Então os olhos dos bichos, vão ficando iluminados
Rebrilham neles estrelas de um sertão enluarado
Quando um amor termina, perdido numa esquina,
e um violeiro toca sua sina.
Então os olhos dos bichos, vão ficando entristecidos
Rebrilham neles lembranças dos amores esquecidos.
Quando um amor começa, nossa alegria chama,
e um violeiro toca em nossa cama.
Então os olhos dos bichos, são os olhos de quem ama
Pois a natureza é isso, sem medo nem dó nem drama
Tudo é sertão, tudo é paixão, se o violeiro toca
A viola, o violeiro e o amor se tocam
Tocando em Frente
Ando devagar, porque já tive pressa
Levo esse sorriso, porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe?
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei,
Ou nada sei.
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente,
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou,
Estrada eu sou.
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
Amanheceu, Peguei A Viola
Amanheceu, peguei a viola botei na sacola e fui viajar
Sou cantador e tudo nesse mundo, vale pra que eu cante e possa praticar.
A minha arte sapateia as cordas
E esse povo gosta de me ouvir cantar.
Amanheceu, peguei a viola botei na sacola e fui viajar
Ao meio-dia eu tava em mato grosso, do sul ou do norte, não sei explicar.
Só sei dizer que foi de tardezinha,
Eu já tava cantando em belém do pará.
Amanheceu, peguei a viola botei na sacola e fui viajar
Em porto alegre um tal de coronel, pediu que eu musicasse um verso que ele fez.
Para uma china, que pela poesia,
Nem lá em pequim se vê tanta altivez.
Amanheceu, peguei a viola botei na sacola e fui viajar
Parei em minas pra trocar as cordas, e segui direto para o ceará.
E no caminho fui pensando, é lindo,
Essa grande aventura de poder cantar.
Amanheceu, peguei a viola botei na sacola e fui viajar
Chegou a noite e me pegou cantando, num bailão, no norte lá do paraná.
Daí pra frente ninguém mais se espanta,
E o resto da noitada eu não posso contar.
Anoiteceu, e eu voltei pra casa,
Que o dia foi longo e o sol quer descansar.