Incelença Pro Amor Retirante
Vem amiga visitar
A terra, o lugar
Que você abandonou
Inda ouço murmurar
Nunca vou te deixar
Por Deus nosso senhor
Pena companheira agora
Que você foi embora
A vida fulorô
Ouço em toda noite escura
Como eu a sua procura
Um grilo a cantar
Lá no fundo do terreiro
Um grilo violeiro
Inhambado a procurar
Mas já pela madrugada
Ouço o canto da amada
Do grilo cantador
Geme os rebanhos na aurora
Mugindo cadê a senhora
Que nunca mais voltou
Ao senhor peço clemência
Num canto de incelença
Pro amor que retirou
Faz um ano em janeiro
Que aqui pousou um tropeiro
O cujo prometeu
Que na derradeira Lua
Trazer notícia sua
Se vive ou se morreu
Dez aquela madrugada
Tenho os olhos na estrada
E a tropa não voltou