Preço do Progresso

Emílio de Souza, Wilson Paim

PREÇO DO PROGRESSO

Plantei na beira do rio, os meus sonhos de menino,
um dia fui pra cidade, na busca do meu destino,
voltei pra matar a saudade, foi grande a minha surpresa,
ao ver meu mundo encantado coberto pela represa.

Não vi a velha morada, nem a sombra do arvoredo,
não vi o capão de mato, onde guardei meu segredo,
também não vi a estrada, nem a porteira do potreiro
onde andava de «gaiota» puxada por um terneiro.

A água cobriu o vargedo, e o gramado aveludado,
o meu pé de guabiroba, frondoso abrigo do gado;
cobriu a trilha do porto, pesqueiro de lambari,
onde amarrava a canoa nos galhos do sarandi.

Não pude mais tomar banho, nas águas limpas da sanga
dividindo com os sabias, as delícias da pitanga;
a correnteza do rio a barragem absorveu
até o som da cascata sufocado emudeceu.

Todo o progresso tem preço, cumpriu-se o velho ditado
contribuiu com o meu tesouro, meu acervo do passado;
aquele quadro pintado, com as paisagens da infância
só me resta moldurado, na parede da lembrança.

Curiosidades sobre a música Preço do Progresso de Wilson Paim

De quem é a composição da música “Preço do Progresso” de Wilson Paim?
A música “Preço do Progresso” de Wilson Paim foi composta por Emílio de Souza, Wilson Paim.

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