Fruta Rachada
Mi enveredu pula ribêra
Parece inté pros Araguai-ai
Mundo é tu que leva as andadêras
Estrela o Norte dei tú!
Ai, Me deixú fruta rachada
Em cada pé de dor cresceu
Um araçá de cor
Morena estrada
Nas planta cá bem dento d'eu
Mi enveredu pula ribêra
Parece inté pros Araguai-ai
Mundo é tu que leva as andadêras
Noite incendiada im nos arraiá
Ai, me deixú fruta rachada
Era os açucar dos biribás
Estrela do Norte, manhã raiada
Escanchu-se, fêmea, nos ingás
Tambur troveja as bordadêras
truveja, ê boi relevantú
Perobo é quem xingu-me feia, ê
Zé breu borda estrelas pro Nhô
Arruma Chica das Candeia
Traz pinga, a tar lá do Nestur
Traz fita, traz muié festêra, ê
Depressa, onça inté já roncú
Pula patêxa dú-te minhas mãos
Vi num dos seios jorro enfim ruim
O poço estranho que eu não vi
Fez rio de mágoa n'água de mim
Ai, ai, me beija pulo tudo amor
Danei no mundo assim que te perdi
A fim do mundo - o poço e a dor
Me dero abrigo
Ah, sigo, me vú!
Andu pur todas muitas léguas
Meu corpo em ti num de avexar
Teu corpo em flor murchosa aberta
Três vez lembrei dos matagá!
Pavures em finar de festa
Tremures dentro um temporá
De puraquê no punho um rastro, ê
Tarvez me vorte a te encontrá
Escurume dos meus alguidares
Uirapuru assubinhador
Vaçuncê, tece as acanitares
Aluá no pote aluou
Se asserene, mas se asserene
Meu coração, sumano, cantur
(ieraiêieiêidene)
Amor, meu amor, meu amor