Ponte Incerta Sobre Rio Selvagem
Sair da catedral ao meio dia
Sem vestígios de verniz
Errar, perambular de alma vazia
Praguejando pros guris
Descrer da expressão mais comovida de que a vida sopra vida
Nas artérias e canais
Raspar o que restava de verniz e evitar as catedrais
Bater quilos e quilos de mentiras escondidas no chapéu
Rasgar sorrisos de fotografias, leiloar qualquer troféu
E quando a boca inerte estranhamente
Volta à tona o gosto ardente de algum beijo mais febril
Despir o que restava de ilusão neste 1º de Abril
Bater quilos e quilos de mentiras escondidas no chapéu
Rasgar sorrisos de fotografia, leiloar qualquer troféu
Cruzando o Rio Selvagem, Ponte Incerta
Logo abaixo a correnteza cala o som dos bem-te-vis
Despir o que restava de verniz, raspar o que restava de ilusão
Lembrar de andorinhas e verões e ver que a ponte se partiu