Verdades e Consequências
Falhas e focos distorcidos
Mitos e crenças do povão
Miséria aumenta a passos largos
Trilha, armadilha, ambição
Eu falei chama o parça
Vem pra rua
Abraçou caozada
Vacilão
O muleque que é cria da favela
Vem da massa guerreira, corre irmão
No rap, na bola, somos monstro
Na escola ramela na lição
Um desvio de foco e disciplina
Só a luta renova a intenção
Somamos milhares
Reduzido a pó
No barraco a fome arroxa o nó
Embarcado no bonde, sonhadores
Afundados na lama, (haja dó)
Tem de 5, de 10, de tonelada
O comércio prospera
E só complica
A negrinha parindo aos 12 anos
Uma tia esconde da chacina
O pivete que é vulgo chapa quente
Com a fome de ódio cai pra cima
Se investe pesado (morre a frente)
Ou no fundo da cela agoniza
Salvador faz de conta
O mito das tretas
Na net faz merda e você gosta
A arma caneta preta assina
Pra constar gargalhadas pelas costas
Dissemina a desgraça para os preto
O racista se torna o bom senhor
Não se cria pra quem é de verdade
Treme a rocha, mas não destrói morô
Sonhando acima das nuvens
Com os pés no chão
A bíblia e a Glock disputam meu coração
Coração é terreno hostil
A mente tá mó confusão
Acelero sem pensar em nada
E o vento alivia a tensão
Leva pra longe de mim
O pensamento ruim
Me afasta da maldade
Da negatividade
Resgata de alcatraz
Me traz aquela paz
Sensor de falsidade eu tô na atividade
Hino nacional com a mão no peito é pra quem tem respeito
Pra quem é sujeito e não abandona a tropa
Controle esse fascismo e esse ataque de heroísmo
Pra mim patriotismo não é camisa da copa
Bota mais pilha, cega a razão
Acreditem no foco do caô
Faz do linho exímio terno novo
Cria leis pra ferrar o trabalhador
Quem tem menos se vira né família
Quem tem muito pode tocar o terror
Faz de conta que tudo é verso e prosa
Pro pivete é lei (comprou pagou)
Palavra em destaque é feminicídio
Canalha faz merda e segue a vida
Sem justiça, bebeu matou de novo
Patrocina enterro a revelia
Na contagem caiu é prato cheio
Quem resistir chegou com pé na porta
O sistema contando corpos frescos
O pastor no plenário conta as notas
Brasil prosperando é pura mentira
Quem vende quem compra
E segue o blefe
O salário de pobre chega e some
O massacre politico repete
Vai pra urna de 4 em 4 anos
Vende o voto otário por migalhas
A novinha não deu, perdeu o emprego
O patrão vai sambando na carcaça
Se é laranja delata sobe cedo
Ta puxado e o silêncio te maltrata
Quem dispara mentira come ostras
Quem sustenta verdade um tiro cala
Drogas, cachaça, cansaço, favela
Meu povo no limbo da batalha
Tomba, cai se levanta isso é guerra
Sobrevive quem tem na veia a raça