Saracura Três Potes
Saracurinha três-pote, bonita e voa serena
Cantora do meu sertão, saudade feita de pena
É o relógio sertanejo, quando a tarde vai morrendo
Despertar da madrugada, quando o dia vem nascendo
Seu canto tem a mistura, alegria e tristeza
A flauta que Deus lhe deu, pelas mão da natureza
À tardinha ela canta, junto a Ave-Maria
Ai, outra veis nos encanta, quando vem rompe do dia
Saracurinha três-pote, dueto concerto alado
Saudade feita de pena, lembrança do meu passado
És a rainha do brejo, de coração e garganta
Um lírio da madrugada, a flor cheirosa que canta
És a princesa das água, trovando quando ela voa
Pondo um pouco de alegria, nas tristeza da lagoa
És a ternura da tarde, quando a noite vem chegando
A lagartinha de fogo, os pirilampo voando.
À noite canta o curiango, joão-corta-pau no cerrado
Pulando a beira da estrada, cantando de lado a lado
És a manhã de orvalho, de sor mansinho beijada
Abrindo a boca ainda quente do beijo da madrugada