Versando Nogueira Nos Cem Anos do Ritmo Que É Nó Na Madeira
Ôô
Eu sou o espelho do espelho que não quebrou
Ôô
Cubango é nó na madeira
Vai minha inspiração
Com prazer, sou João
Um certo Nogueira
Sou resistência à correr nas veias
E poesia feito lenha na fogueira
Em tempos de versos açoitados
Batuque acorrentado
Meu samba não se calou
Reinando no auge do seu centenário
Ele é imortalizado
Vem mostrar o seu valor
Quebram-se as correntes do passado
Hoje o samba é magistrado
Tem diploma de doutor
A cura da mente e do coração
É o poder da criação
Nesse terreiro tem clara guerreira
Batucajé não é brincadeira
Firmei o ponto no canto de um sabiá
Tem axé pra iluminar
A força no meu caminhar
Lá do céu, tua fé que me fez sonhar
E de joelhos saudei o meu orixá
Por onde andarás morena
Cabrocha que roubou meu coração
Restou essa saudade da pequena
E o consolo do antigo violão
E é por isso que eu vivo no clube o samba
Em terreiros de bambas a cantar
Num beijo apaixonado de Oswaldo Cruz em Madureira
Nasci um verdadeiro amor
Nas asas de uma águia altaneira
A vida é um dom de Deus
Se o espelho é bom ninguém jamais morreu
Vou viver pra sempre nesse manto
Existir nesse azul repousar