Esquina do Adeus
Navegando vida afora pelo mar da esperança
Aprendi desde criança sobre as ondas me manter
Ao raiar da juventude vi passar depressa os anos
Na maré dos desenganos consegui sobreviver
E venci nesta jornada furacões e tempestades
E mentiras e verdades que na vida todos tem
Mas perdi a grande para uma dor constante
A saudade alucinante que eu sinto de alguém
Guardião dos navegantes este mar misterioso
Que destino caprichos lhe pergunto é o meu
Se o passado está morto nos confins da mocidade
Por que vivo de saudade de um amor que já morreu
Olhos tristes sonhadores que me olhavam com ternura
Quando eu era a criatura mais feliz que pôde haver
Qual será o felizardo que agora te fascina
O encanto de menina nunca pude te esquecer
Quantas vezes eu comparo o passado e o presente
Tu surgiste mansamente enfeitando os dias meus
Fui feliz mas veio o tédio como sempre dominando
E deixei te soluçando na esquina do adeus
Tu me amaste na idade da paixão mais comovida
Mas deixei sua vida sem notar o que deixei
Já cansado da procura ilusões e sonhos loucos
Hoje estou morrendo aos poucos pelo amor que desprezei