Acabou o Papel
Tava lá na festa
Comendo brigadeiro
Deu aquela dor
Corri para o banheiro
Cheguei lá na fila
Estava lotado
Não deu pra segurar
E fiz despreocupado
O cheiro foi subindo
Ninguém aguentou
Colocaram as máscaras
Eu senti o odor
Jingle bell, jingle bell
Acabou o papel
Não faz mal, não faz mal
Limpa com jornal
Jingle bell, jingle bell
Acabou o papel
Não faz mal, não faz mal
Limpa com jornal
O jornal tá caro
Caro pra xuxu
Como é que eu vou fazer
Pra limpar o meu bumbum?
O ruim desses papéis
São todos de segunda
Ficam esfolando
Toda a minha bunda
Jingle bell, jingle bell
Acabou o papel
Não faz mal, não faz mal
Limpa com jornal
Jingle bell, jingle bell
Acabou o papel
Não faz mal, não faz mal
Limpa com jornal
Uma Crônica Cômica do Cotidiano: Acabou o Papel por Tetinhas Inocentes
A música Acabou o Papel, da banda Tetinhas Inocentes, apresenta-se como uma crônica humorística que retrata uma situação cotidiana inusitada e constrangedora. A letra descreve a experiência de alguém que, ao frequentar uma festa e sentir uma súbita necessidade de ir ao banheiro, se depara com a falta de papel higiênico. A narrativa é construída de maneira simples e direta, utilizando uma linguagem coloquial que aproxima o ouvinte da cena descrita, tornando-a facilmente visualizável e, por sua natureza, cômica.
A escolha de incorporar a melodia do conhecido jingle natalino 'Jingle Bells' na letra da música adiciona um elemento de ironia e paródia, transformando uma canção tradicionalmente associada a momentos felizes e festivos em um refrão que destaca um momento de desconforto e improvisação. A repetição do refrão 'Jingle bell, jingle bell, acabou o papel' cria um contraste humorístico entre a leveza da melodia e a gravidade da situação, enquanto a sugestão de usar jornal como alternativa ao papel higiênico ressalta a necessidade de se adaptar a circunstâncias adversas de maneira criativa, ainda que pouco convencional.
Por fim, a música também faz uma crítica sutil às condições econômicas, mencionando o preço elevado do jornal e a qualidade inferior dos papéis alternativos, que 'ficam esfolando toda a minha bunda'. Essa observação pode ser interpretada como uma metáfora para as dificuldades enfrentadas pela população em situações de escassez ou crise econômica, onde até mesmo produtos básicos se tornam inacessíveis ou de qualidade questionável. A banda Tetinhas Inocentes, com seu estilo irreverente e humorado, consegue transformar um episódio trivial em uma reflexão mais ampla sobre a realidade, mantendo o tom leve e divertido.