Valsa das Flores

Foi numa valsa das flores
Com uma moça dancei
Era mais linda que as flores
Dançando me apaixonei

Naquela valsa das flores
Ela comigo a rodar
Lhe confessei meu amor
Fiz os seus olhos chorar

Com o coração ferido ela disse querido
Eu já me casei
Para não me dar esperança
Mostrou-me a aliança na mão que afoguei

O casamento é sagrado
Ela casou sem amor
Mas não podia trair
Pra consolar minha dor

Findou a valsa das flores
Soltou-se dos braços meus
Tão carinhosa me olhou
Chorando me disse adeus

Gostei dela mesmo assim
Ela gostou de mim fomos fortes os dois
Destino nos foi traiçoeiro
O outro primeiro e eu cheguei depois.

Hoje não posso esquecer
Aquele amor proibido
Sei que no seu pensamento
Também não fui esquecido

São longas as noites pra mim
Os dias maiores são
E não consigo tirar
Ela do meu coração

Hoje toca uma valsa das flores
São tantos amores alegre a rodar
Uma moça me traz uma flor
Lembro aquele amor
E não sei mais dançar.

Valsa das Flores: Um Baile de Amor e Desencontros

A música Valsa das Flores, interpretada pelo icônico cantor brasileiro Teixeirinha, é uma narrativa poética que descreve um encontro amoroso marcado pela dança e pelo desencontro sentimental. A valsa, um estilo de dança clássica e romântica, serve como pano de fundo para o desenvolvimento de uma história de amor não correspondido, onde o eu-lírico se apaixona por uma mulher que já é casada. A letra da música utiliza a dança como metáfora para o encontro de duas almas e a descoberta de sentimentos proibidos.

O cenário descrito é de um baile onde as flores, símbolos de beleza e efemeridade, são o elemento central. A moça, comparada às flores em sua beleza, torna-se o objeto de desejo do narrador. No entanto, a revelação de que ela é casada traz um tom de tragédia ao romance, evidenciando o respeito pela instituição do casamento e a dor de um amor impossível. A aliança na mão da mulher é um símbolo poderoso da barreira que impede a consumação desse amor.

A música também aborda a temática do destino e do tempo, elementos frequentemente explorados em canções românticas. O 'destino traiçoeiro' mencionado na letra sugere que o amor entre os dois poderia ter florescido em outras circunstâncias, mas o tempo não estava a seu favor. A valsa continua, outros amores surgem, mas o narrador permanece preso à memória daquela dança e daquela mulher. A flor recebida por ele em um baile futuro é um lembrete doloroso do que poderia ter sido e do amor que ele não consegue esquecer, tornando a dança, que antes era um momento de alegria, em um ato de melancolia e saudade.