Menino
Que lábios são estes
que beijam de leste,
que cuidam de mim
e não perguntam de onde eu vim?
Que mão é aquela
que afaga
com luva de lã?
Nada inocente,
tampouco carente,
e que a meninice
a torna demente
Você se fez assim,
menino seguro,
menino de lua,
já impôs seu fim.
Você se fez você,
menino tão pronto
não quer aprender
a viver e a conviver.
Hoje eu não consigo
olhar pro céu sem lembrar
dessa represa de sensações e privações,
e é só assim que eu faço canções.