COCAÍNA POÉTICA
Tá na hora
Tenho de ir agora
Vou-me embora
Já me comecei a coçar
Só de pensar
Que posso não encontrar
O que preciso para voar
É a cocaína poética
Que me dá uma chapada de ética
Com esta dialética
Podes cagar na silaba métrica
Eu não tenho sinusite crónica
Como a Sónia supersónica
Que só fuma hidropónica
Na companhia da Mónica
É a cocaína poética
Que me dá uma chapada de ética
Como uma gaja esquelética
Quando fica histérica
Só quero conciliar
O meu vício peculiar com o meu culminar
E o caminho eu posso iluminar
Pra quem tem medo de tropeçar
É a cocaína poética
Quase pareço uma velha caquéctica
Com uma voz atlética
Que misturou a genética com fonética
Agora vou mandar mais uma dose
Não é a minha primeira overdose