Intermitentemente
Comigo podes
Ser tu mesma e na mesma
Ser diferente em mim de tudo
Ou, ou nada quase
Contigo dá-se uma coisa muito simples
Que é da simples liberdade
De que é, é tudo quase
Já nem falando do amor à primeira vista
Vista entre portas tão pesadas
Intermitentemente ter-te em mim
Intermitentemente ter-te
Abrir as salas que não tinha
Nem tu tinhas por fechadas
Foste ao armário dos projetos
Escolher entre fogos e artifícios
O que dura quase
Deste faísca à trovoada
Por silêncio, por chuvinha entrecortada
Então bastante quase
Já nem falando do amor à primeira vista
Vista entre portas tão pesadas
Intermitentemente ter-me em mim
Intermitentemente ter-me
Deixar-me aqui onde tu largas
E me entregas e me abraças
Abandonado à minha sorte
Sorte minha fui ter à tua casa
Que é morada quase
Aproximou-se o firmamento
E geocêntricos olhamos para o sol
À frente um [?]
Já nem falando do amor à primeira vista
Visto através dos compromissos
Intermitentemente ver-me em mim
Intermitentemente ver
Todo o passado em dois espelhos
Que de mágoas são omissos
Vieste ao resto do meu sonho
Entregar a consciência a um moribundo
Que é já nada quase
Sinais da vida recupero
Em tocando o movimento dos teus lábios
Que é tormento quase
Já nem falando do amor à primeira vista
Visto do vão da escadaria
Intermitentemente ter-te em mim
Intermitentemente ter-te
No patamar da luz quebrada
Que nos serve de vigia