Hoje

Diogo Clemente

Hoje eu peço que me entendas
Que nos valha algum amor
Num adeus tudo é preciso
Não me beijes nem me prendas
Não se turva minha dor no teu olhar indeciso
Não me beijes nem me prendas
Não se turva minha dor no teu olhar indeciso

Hoje sei dos meus caminhos
Já corri muias moradas
A procurar o meu nome
Nunca foram tão sozinhos, meus olhos de tantos nadas
Nem tão grande a minha fome
Nunca foram tão sozinhos, meus olhos de tantos nadas
Nem tão grande a minha fome

Hoje a vida é mais pesada
Escreve-me o corpo de medos
Tatuagens da incerteza
É das mãos da madrugada
Da solidão dos seus dedos que se desenha a tristeza
É das mãos da madrugada
Da solidão dos seus dedos que se desenha a tristeza

Hoje eu digo tudo isto
Que sigo a minha viagem
Que o que foi já se desfez
E diria que desisto
Se houvesse em mim a coragem de ser sincera uma vez
E diria que desisto
Se houvesse em mim a coragem de ser sincera uma vez

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