180, 181 (catarse)

Leo Aldrey / Salvador Sobral

Há cento e oitenta dias
Num sono profundo
Profundamente em paz
Não de quem dorme
Nem de quem morre
Mas apenas está

Apenas está uma das metades
Num descanso horizontal
E a outra metade
Numa ausência mortal

Há cento e oitenta dias
Que me chamam de vegetal
Há cento e oitenta dias
Com a merda do cheiro a hospital

À minha volta a dor
Daqueles que por amor
Não perdem a esperança
Como a de uma criança
Que à lua quer chegar

Há cento e oitenta dias a hibernar
Valerá a pena despertar
A realidade terei de enfrentar
A realidade de quem acabou de matar

Apaguem as máquinas
Arranquem os fios
Assim como eu arranquei
A minha própria vida

Não carregarei nos ombros
O peso duma alma perdida

Apaguem as máquinas
Arranquem os fios
E neste último dia serei um cobarde
Um cobarde que teve o que merecia

Apaguem as máquinas
Arranquem os fios

Apaguem as máquinas
Arranquem os fios

Há cento e oitenta dias a hibernar
Valerá a pena despertar?
A realidade terei de enfrentar
A realidade de quem acabou de matar

Curiosidades sobre a música 180, 181 (catarse) do Salvador Sobral

Quando a música “180, 181 (catarse)” foi lançada por Salvador Sobral?
A música 180, 181 (catarse) foi lançada em 2019, no álbum “Paris, Lisboa”.
De quem é a composição da música “180, 181 (catarse)” do Salvador Sobral?
A música “180, 181 (catarse)” do Salvador Sobral foi composta por Leo Aldrey e Salvador Sobral.

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