Luzes Desta Cidade
9 Horas depois das 12,
Sol posto a lua brilha
O tempo esfria ruas
Que esta cidade ilumina
A noite para o progresso
Traz silencio a uma avenida
Que contrasta o movimento intenso
Que da a luz do dia
É o recolher ao lar depois de um ganha pão
Onde se recuperam corpos enfrente a televisão
Para mais 10 ou 12 horas
Que o amanha trás preciso
E todos pensam o mesmo neste curto espaço de tempo
Diferenças entre cidadãos são levadas ao extremo
Reflexo do que somos, como somos e como vemos
Esta vida que o mundo nos esconde ou nos revela
Conforme a perspectiva e horário que fazes dela
Por cada um que sonha há dois gajos que acorda
A cada novo emprego há dos chups e dos que cortam
E a cada novo bairro novo prédio novo blocka
Há menos lados mais estranhos
Mais frieza neste foco opacional
O dormitório que não dorme
Carne viva com os que exploram
O que de dia não se consome
Novos movimentos ainda que sejam disfarçados
Por ouvidos atrás de estores e olhos atrás de cortinados
Tipo rateres e o motor que cresce
Conforme o bot baza
Com destino a ponte, cana vaz
Tudo se passa
Aceleras em picanços para mostrar que o bot bomba
E penduras com 100 calotes e postes são parar o bomba
Realidade que a noite deixa na sombra
De inocência que a manha trás
A que a noite conta
Cidadania e vista
Como cumpridora e par
Quem não sonha enquanto
Dorme debaixo das luzes desta cidade
Onde há crime e maldade
Onde há luxo e vaidade
Modéstia necessidade
Vícios mentir em verdade
Onde há diferenças a menos
Entre cidadãos que somos
E coisas comuns de mais para partilhar entre todos
Onde há espertos e parvos
Onde há tolos e escravos
Onde há miséria farta e carros de alta cilindrada
Onde há parecenças a menos com vizinhos de lado
E diferenças a mais por cada quilometro quadrado
Onde há
O sonho vivo de uma vida de sonho
Mas são subúrbios a agregação e para todos suponho
Com crescimento não planeado
Emprego mal programado
És cidadão de segunda
Sem formação ou licenciado
Rato de laboratório
Que este dormitório aloja
No ninho de diferenças que quem não vê não nota
Como filhos de imigração, impostos, revolução
E parte dos filhos bastardos
De abril que ainda sonham em combate
Onde há racismo e ódio
Que só o bom censo nega
Mas com álcool e notório
Que memoria não leva
E onde minorias
Só são menores em salário
Que há mais ukrajucazia, afros-tugas neste bairro
Adoptados como residência temporária
Duma deportação ou morte em profissão precária
Somos sobras das propostas
Da qualidade de vida
Brothers sem direito a rimas nesta sociedade ativa
Somos folhas rasgadas do livro sem frente ou verso
Somos já mais a causa da consequência do progresso
Somos as diferenças os contrastes e a pobreza
A igualdade a parecença e a riqueza extrema
Que partilha o espaço ao mesmo tempo se isolam
Que se veem mutuamente ao mesmo tempo não se olham
Somos o brilho incandescente e deprimente que nos ilumina
Somos as luzes desta cidade seja noite ou seja dia
Onde há crime e maldade
Onde há luxo e vaidade
Modéstia necessidade
Vícios mentir em verdade
Onde há diferenças a menos entre cidadãos que somos
E coisas comuns de mais para partilhar entre todos
Onde há espertos e parvos
Onde há tolos e escravos
Onde há miséria farta e carros de alta cilindrada
Onde há parecenças a menos com vizinhos de lado
E diferenças a mais por cada quilometro quadrado