Fogo Pagô
Nordeste
Ascenço Ferreira
O ferreiro malhado
No topo das baraúnas
Nas lombadas da serra
O sol é de lascar
Nem uma folha só
Fazendo movimento
Naná! Ô Naná!
Inhô!
Chega me abanar!
Pouco a pouco porém
Vem vindo um frio lento
Trazido pelas mãos de moça do luar
Que gozo nos coqueiros
Acariciando pelo vento
Naná! Ô Naná!
Inhô!
Chega me esquentar
Pernambuco no agreste
Vida bela, quase flor
Quase no colo da serra
Que a mão de Deus desenhou
Foi em passagem das pedras
Longe do Mandacaru
Quase beira o São Francisco
Quase beija o Pajeú
Xaxando, xaxado
No seu xorroxô
Afinava o fole
E xererê, xô
Antes da barra se quebrar
Já era cangaceiro manso
Entre bentos e beatos
Repentistas e romeiros
Nem bem secou o seu bogô
Estava aceso o lampião
Labareda um fogo só
Nos cerrados do sertão
Xaxando, xaxado
No seu xorroxô
Afinava o folé
Exererê, xô
Tanto céu de azulão
Tanto chão de urubu-rei
Um padrinho que é o romão
E o cão da lei
Toda dor trazida de Mossoró
Bahia serenou
Com a bonita Maria
Chita fina do amor
Xaxando xaxado
No seu xorroxô
Afinava o folé
E xererê, xô