Aquele Nenhum
Caminha depressa sem tocar o chão
Aquele que pensa que ninguém lhe vê
Que nunca ninguém nem ouviu sua voz
A voz que não pesa, não grita, não crê
No hino que canta na sua tv
A boca de um homem escolhido por nós
Pensa ser vidro que não guarda luz
Pra ser esquecido seu rosto comum
Pra ser enterrado sem honras de herói
Rói entres os dentes a sua missão
De ser mais um nome aquele nenhum
Que nunca ninguém nem ouviu sua voz
Pensava ele podia escapar
Sumir na rotina da escuridão
Sem sabedoria nem religião
Mantendo a distância segura do céu
Sem ver a manhã refletida no azul
No espelho quebrado espalhado no chão
Mal sabe ele o futuro é um só
Gravado nas linhas quebradas da mão
Da mãe do seu pai, sua avó, seu irmão
Dorme no tempo esquecido no pó
No aniversário, naquela canção
Que cantam praqueles que não dizem não
Não tem um sol só pra você
Nem a escuridão esconde a luz por você