A Estatística
César Lacerda
Vulto no beco
O olho mira
Bala na agulha
Dedo oscila
Chão de asfalto
Som de favela
Na correria
Soa o disparo
Meio segundo
A bala fina
Voa no peito
Mata o menino
A farda suja
O cano quente
Um arrepio
O corpo frio
Ah, a estatística
Morre um numeral
Um negro número
E jaz sobre o jornal
A estatística
Morre um numeral
Um corpo nulo