Repente da Rima Contente
Quando pego na viola
Faço verso simplesmente
Vou buscando a minha rima
Só assim fico contente
Sentimento e sensação
Ilusão e esquecimento
A paixão não vira amor
Pode se acabar no tempo
Nem todo verso tem rima
Nem toda rima é repente
Só toca no coração
O que vem da alma da gente
O violeiro e a viola
Uma toca e o outro sente
As cordas do sentimento
Do coração descontente
A saudade e a lembrança
De cheiro, lugar e gente
Prende nosso pensamento
Num passado sem presente
Nem todo verso tem rima
Nem toda rima é repente
Só toca no coração
O que vem da alma da gente
Imagino borboletas
Nas lagartas do presente
A visão e a cegueira
São ambas impermanentes
A poeira da estrada
Sobe com o vento quente
Igual a vida apressada
Que se acaba e não se sente
Nem todo verso tem rima
Nem toda rima é repente
Só toca no coração
O que vem da alma da gente