Xamã

Tupã estronda e cai a água
Que apaga o incêndio na floresta
E todas as ervas não passam de cinzas
Que o vento leva e nutre a terra.

Quantas lutas já passaram desde que os curumins sumiram
E os caras pálidas carniceiros aparecem ludibriando nossos
índios
Lembra quando o grande espírito andava entre nós?
Sim, Xamã sagrado eu sinto que somos singelas
Expressões da natureza e como uma águia assim eu vivo
Vendo daqui de cima os homens como realmente são
Tão frágeis e tão pequenos
Que toda a maldade se dissipe como fumaça
Em todo e em qualquer intento

Ahê, Aha, Aê... Ahê, Aha, Aê...
Ahê, Aha, Ahê, Aha... Ahê, Aha, Aê...

Um clamor Tupi tecido em várias vozes em um rito de Toré
interrompido
Por analfabetos espirituais que nos taxaram de primitivos
E os Caraíbas transmissores de doenças
Como a lepra e o tifo,
A varíola e a febre amarela que acabaram com os nossos filhos

Ahê, Aha, Aê... Ahê, Aha, Aê...
Ahê, Aha, Ahê, Aha... Ahê, Aha, Aê...

Ô Papai Oui, Papai Oui Jah Jah (2x)

Onde estão os Xoclegues e Ianomames?
Onde estão os Tupi-Guaranis?
Onde estão os Carajás Craôs, Jamoios e Tupis?
Onde estão os Xoclegues e Ianomames?
Onde estão os Xocós Cariris?

Ahê, Aha, Aê... Ahê, Aha, Aê...
Ahê, Aha, Ahê, Aha... Ahê, Aha, Aê...

Oleolele, oleolele, juojokero are arou arou lerou

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