Ateu

Adriano Silva Alves / Kiko Goulart

Um Cristo sem olhos claros
É o santo do meu galpão
Eu que não sei mais rezar
Eu que esqueci a oração
Em nome o pai e o filho
E a cruz de fé pelas mãos
Um Cristo sem olhos claros
É o santo do meu galpão

Meu Cristo sem olhos claros
Tem cores de picumã
Um corpo feito de barro
Talvez a alma pagã
A pele igual ao sereno
Que beija a flor da manhã
Meu Cristo sem olhos claros
Tem cores de picumã

Meu Cristo sem olhos claros
Tem madrugadas e auroras
Escuros de noites grandes
Claro sois de campo afora
Silêncios pra ouvir os grilos
Vozes pra escutar esporas
Silêncios pra ouvir os grilos
Vozes pra escutar esporas

Meu Cristo sem olhos claros
Tem olhos iguais aos meus
E uma lágrima de tempo
Que pelo rosto escorreu
Igual a minha seu filho
Das benções de um mesmo Deus
Igual a minha seu filho
Das benções de um mesmo Deus

Meu Cristo sem olhos claros
Sabe que não sei rezar
E mesmo assim me escuta
Quando preciso falar
Um pouco do que me lembro
Do que pedi ao sonhar
Meu Cristo sem olhos claros
Sabe que não sei rezar

Meu Cristo sem olhos claros
Talvez soubesse a oração
Em nome o pai e do filho
Sem precisar comunhão
Talvez rezasse por mim
Na cruz de fé pelas mãos
Meu Cristo sem olhos claros
Talvez soubesse a oração

Meu Cristo sem olhos claros
É gaúcho sim feito eu
Tem cores de picumã
Barro do chão que nasceu
É o santo, no meu galpão
Pra mim a prece de ateu
É o santo, no meu galpão
Pra mim a prece de ateu

Meu Cristo sem olhos claros
Tem olhos iguais aos meus
E uma lágrima de tempo
Que pelo rosto escorreu
Igual a minha seu filho
Das benções de um mesmo Deus
Igual a minha seu filho
Das benções de um mesmo Deus

Curiosidades sobre a música Ateu de Quarteto Coração de Potro

De quem é a composição da música “Ateu” de Quarteto Coração de Potro?
A música “Ateu” de Quarteto Coração de Potro foi composta por Adriano Silva Alves e Kiko Goulart.

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