Santuário Campeiro
Quando escuto o ronco de uma cordeona
Tão querendona chamando para o galpão
A peonada reunida ao pé do fogo
Já se levanta e se ajeita num tirão.
Bota lustrada e a bombacha fandangueira
Brilho nos olhos e nas rédeas dá de mão
O atavismo no seu peito escarceia
E lá se vai encilhando o coração.
No chão batido destas bailantas
Onde o xucrismo e a polvadeira se levanta
Fez um campeiro em um segundo
Numa vaneira se tronar dono do mundo.
Bem altaneiro vai chagando ao despacito
Correndo os olhos pela sala em meio a poeira
Cheiro de extrato das chinocas tão formosas
Que são dispostas pra bailar a noite inteira.
A alma cresce e a noite se apequena
No mesmo tranco da velha gaita faceira
Não tem idade para amar este santuário
Que é alegria desta gente tão campeira