Dormência (part. Vini Castellari)

Existente, porém hesitante
Displicente e um pouco distante
Viajante desterrado de suas reais condições vigentes

Aqui na terra, onde ninguém erra, terra infértil
Mentes dormentes
A pureza, o tolo encerra, dando lugar à beleza aparente

Nas distrações plantadas
Nos hábitos humanos, cotidianos
Repletos de enganos, cujos danos ainda não reparamos

Nas distrações plantadas, nos hábitos humanos, cotidianos
Repletos de enganos
Cujos danos ainda não reparamos, não

Todos os dias, por novos remédios, fórmulas e unções
Vão fabricando o medo e vendendo ilusões
Entorpecendo a razão, desligando o poder de decisão
Sobre a própria opinião, inebriando as formas de agir
Já não consegues mais distinguir nada

Distrações plantadas, nos hábitos humanos, cotidianos
Repletos de enganos, cujos danos ainda não reparamos
Nas distrações plantadas, nos hábitos humanos, cotidianos
Repletos de enganos cujos danos ainda não reparamos, não

Abra os olhos, irmão!
Jamais emudeça, nem esmoreça, e não esqueça
Que tu é o dono do caminho
Tu tens a direção na mão, mano

Abra os olhos, abra os olhos irmão!

Eles não querem te curar, mas querem te vender
Não, não, não, não querem te ensinar
Mas querem te entreter
Pra que esqueça de si mesmo e só reproduza o que vê

Nas telas, nas falas das novelas
Nas salas suntuosas, manias cobiçosas
Tão diferentes da realidade da gente

Nos discursos prontos, insuficientes
Nos hábitos humanos, cotidianos, repletos de enganos
Cujos danos ainda não reparamos

Abra os olhos!

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