Ronco da Oito Baixos
Quando vejo a oito baixos nas munhecas de um gaiteiro
Numa vaneira manhosa, me sinto mais missioneiro
Lembrando dos velhos tempos, depois de tantos janeiros
Dos bailes da minha terra, com chão batido e candeeiro
Dos bailes da minha terra, com chão batido e candeeiro
Como era lindo de ver, surgir ao longe um clarão
E o fogo da estrela D'alva, lá por detrás dum capão
Anunciando novo dia, pra iluminar meu rincão
E conversava pachola, na cordiona de botão
E conversava pachola, na cordiona de botão
Mas os tempos já passaram, hoje está tudo mudado
Resta meu rancho tapera, numa coxilha escorado
Mas palanqueando a querência, num jeitão bem entonado
Ainda mais quando me chego pra cantar no seu costado
Ainda mais quando me chego pra cantar no seu costado
Tempo é igual à bananeira que morre e não dá mais cacho
Secando a vertente d'água, não se ouve cantar o riacho
Por isso junto ao meu rancho, de saudade me emborracho
E chego a escutar o ronco da cordiona de oito baixos
E chego a escutar o ronco da cordiona de oito baixos