Pano da alma

Ortinho

Roubaram o pano da alma
Deixaram a alma nua
Triste, sozinha, no sereno
Vagando à toa na rua

A alma subnutrida
Não tinha forças pra nada
Estendia as mãos e pedia
E ninguém a alimentava

A alma chorava tanto, chorava tanto
E chorava
Que ficou lavada de lágrimas
Perdeu o gosto da vida
E ficou armagurada

A alma amava, a alma amava
A alma amava, a alma amava amar
A alma amava a alma
A alma amava amar

Roubaram o pano da alma
E quem quiser bata palmas
Quem quiser que me ame
Quem quiser que reclame
Quem quiser que se chegue
E quem quiser que se dane

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