Órgãos Que Habito

Danilo Fernandes, Noze

Janelas abertas muito cedo
Não me enxergo vidro embaçado
É o que sou por isso é o que faço
Sonhos engolidos pelo medo

""Balk"" costurado no meu peito
Meus manos ja tão na proteção
Meus manos em outra dimensão
É o que somos e ja temos feito

Turbilhoes de frases no caderno
Garoa me puxa pra mais perto
Caneta me puxa pra mim mesmo
Como um copo d'água no deserto

Abraço como um cacto nos outros
Penso: ""tenho um pacto com corvos""
Maturando tudo que eu não quero
Vomitando mágoas no meu verso

Vago, vento rápido na margem
Leva as águas para outros lares
Rastejo com pressa no caminho
Carta aberta para um ""eu"" sozinho

Ruínas me movem como um pássaro
Alço vôo perto das colinas
Nada que me puxe la pra cima
Tudo faz com que eu ache falso

Chamem esses putos fictícios
Curam-se feridas com meus vicios
Cicatrizes mostram as vivências
Caracterizando meus exílios

Falácias mal contadas é o que vejo
Na mesma proporção eu perco peso
Deixando minha cabeça num asilo
Só não deixo os órgãos que hábito

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