O Lodo da Rua
[Intro: Daniel Shadow]
Original HIP HOP, resistência, RUA
[Verso 1: Sandrão RZO]
Nesse mundo morto só sorriso pose de quem tá fudido
Suas vontades vão pra bem longe ou nunca ter nascido (eu nasci)
Não abandono o barco eu carrego o fardo
Pesadelo eu faço, os cana pescoço
Só afim no quarto, onde o fim é certo vai morrer de infarto (é o fim, sim)
Eu que nem era nunca voltarei a ser quem eu fui
Volto pó de ouro, joga ácido, nunca diluí
Bota a fé que salva o meu espírito acompanha sua alma
RUA, esse estar em estado crítico
As balas nunca vão dar uma pausa
Mãe que vende vende a filha pra pedófilo
(Suja)
Personagem psicótico, uma mente no estado tóxico
Congelou o polo ártico
Vai pra pra abrir a cova, pegar a pé
Rachadura no chão, maremoto
Titanic, afunda o ódio, mundo pagão
Planta o errado na ingratidão, pecado vive agonia
Não encontra espaço, sempre há um morto, suga energia
Ficam pegos na cruz, roga e me acende uma luz
Oração me conduz, o que te seduz?
Turvar no caminho, atrás do capuz
[Verso 2: Função RHK]
(Turvou sim, vagabundo vai até o fim)
É o subterrâneo posando no topo
Aqui o formigueiro é o nosso bolo
Deu pé pra vacilo, ganha a mão pra bolo
Nóis não vai levar pra casa desaforo
No embolamento nóis desembola
Cata mano grau nesse bololô
Aqui solta o peso e não segura a bola
O plano de fuga a gente já bolou
Sujamo a cena, na moralzinha
Pra nóis tá limpo, berra pros modinha
Vamo dando corda, quem tá na cordinha
Com nóis a deprê sufoca sozinha
157, nóis mete no HYPE
Coleção Wu Tang tá ali no rack
Vim bater de frente prepara pro baque
Becos, supetão é o nosso ataque
Não se preparar tem um pirepaque
Nosso tico e teco, segue o tic tac
Aqui os Bin Laden estão de bombeta
Fuzil, escopeta, prontos no Iraque
Caras de bonzinho na música brabo
Nossa rima é leptospirose para os ratos
Nós somos do Paraisópolis, ocasionado
Nós é vírus para verme ser infetado
O cheiro é mal de ponta a ponta
Na missão nóis bate as ponta
Nóis é parça nessa bronca (tá ligado veinho?)
O cheiro é mal de ponta a ponta
Fazer nossa caveira é osso
Nóis é crânio nessa bala broca
Antes de fechar o tempo aqui é embaçado
Se tá com o flagrante, deixa mocozado
Muito acelerado aqui é brecado
Se ser linguarudo, chapa, tá berrado
Se fechar o tempo aqui é embaçado
Se tá com o flagrante, deixa mocozado
Muito acelerado aqui é brecado
Se ser linguarudo, chapa, tá berrado
[Verso 3: Melk]
Aé, é a resistência dos estranhos, RUA 7 e pá
Paralisia de ideia é coisa feia
Nosso bonde chaveia, os verme na bola de meia
E a e promotor, prazer em revê-lo
Voltei pra rua atualizando o seu pesadelo
No baile vários bagui, dormindo no barui
Isso te leva pra trás essa porra não evolui
Aí, covarde nunca fui, é o bonde do bigode estranho
Só não dorme com os primo, vai somar de bom tamanho
Vai por mim, o Bolsonaro foi aviãozinho
Sabendo que essa porra muda de água pro vinho
Jogo da baleia azul versão londrina
Que some com teu corpo sem mexer com tua família
Todo vagabundo ama o jeito dessas mina
Cê não ensinou pra ela que essa porra é duas trilha
Adivinha quem vai tocar na sua festa
Nocivo, RZO e o mano do M na testa
Mídia detesta, é o terrorismo, é a família
IML no tormento, gigantismo pelo amor
Vai na fé, inimigo é de pedra
Sabemos que os quilates vem da rainha que reza
Vários guerreiros foragidos do Crislon
Trombando os pé de Toddy lá no barzin do união
[Verso 4: Phantom]
Yo voy a luchar por mi pueblo en la calle, mi barrio, mi clica
Yo voy a luchar por mi pueblo en la calle, mi barrio, mi clica
Por mi madre, por mi padre, por mi sangre
La familia, los carnales, sueño, yo tengo hambre
Estoy acá sí gueriando contra el gobierno sucio
La policía asesina con su juego sucio
Y mis hermanos que se fueron en la noche fría
Hermano cállate la boca, loca, que yo lo bendiga
Viva la raza, suerte, mi casa, su casa adelante
Respecto en el mundo, hombre, patrón de la calle, soy gangue
Secuelas me la, secuela mi cotidiano gritante bale
Es versos violadores, distante de todo' los males
Si quieren dinero, si quieren la mierda con toda la fama
Si venimos del barrio, nosotros Dalai Lama, escribiendo
[Verso 5: Ras Tibuia]
E lá da rua eu vi vários reis da babilon cair
Sistema sujo canto pra subir e os vagabundo não vai desistir
(Pra favela não morrer, vou lutar até o fim)
E mermo quando a guerra começar
Os som de boy na rua pra trocar
Na rua quantos zika vão atirar
Favela faz revolução
E quando o sistema conspirar (Quem)
Vai chegar com nóis sem arrastar (Quem)
E mano se as palavras te faltar (Tudo bem)
Os rasta atira também
E lá da rua eu vi vários reis da babylon cair
Sistema sujo canto pra subir e os vagabundo não vão desistir
La na rua eu vi vários reis da babylon cair
Sistema sujo canto pra subir e os vagabundo não vão desistir
(Pra favela não morrer vou lutar até o fim!)
[Verso 6: Nonato]
Hoy, máximo respeito, palavras que não surtem efeito
Em uma era onde as pessoas acham o máximo não ter respeito
É tipo esses MC na rima sempre diminui as mina
Explica, cês quer as mais pica ou só quer mais pica?
A quanto tempo o rap prega paz, igualdade pro povo?
Eis que surge um presidente patético apoiando guerra dos outros
Marmita de americano, cê é um chupa bola
Se o Trump entrar numa piscina o Bolsonaro se afoga
Sem reservista eu sou grevista na luta é o fim do fascismo
Minha guerra é contra fome, feminicídio e racismo
Esse time no MIC é Tyson, os de lá só MIC test
Vários monstro na track saí som e eu faço com MIC, cash
Dá um grau no bass que a situação é grave
Tamo em guerra aqui faz tempo e sem tempo pra essas bobagem
Sem facada fake, abri teu bucho eu vim e mitei
Relaxa, brincadeira sadia pó, tá ok?
[Verso 7: P2]
Descobridor dos 7 mares
Sou um homem apaixonado pelo que eu faço
Em cada linha escrita, em cada rap feito
Quando olho pra aquele mar de gente sendo bombardeado
Com o rap que eu fiz e com as letras que eles se identificaram
Me mostrava cada vez mais que eu tinha que continuar e deixar meu verdadeiro legado
Como deixou RZO, Wu Tang Clan e Sabotage, rap de mensagem
Pode deixar comigo que nessa missão eu dou continuidade
Muitos manos que ainda vão vim
Muitos manos que aqui já estão
O que o rap me ensinou de verdade
É que todos unidos somos uma comunhão
Desunido não, unificação
Pra que o HIP HOP saia do padrão
É necessário que eu e você possamos entender que não é competição
Somos imperadores de nossos castelos
Peço pra Deus mais um Sol amarelo
Jamais subestime o menino que veio do gueto, bermuda e chinelo, pow
Ouçam, as vozes vem das ruas
De todas as esquinas que podem cantar
Vão revidar, ninguém vai conseguir parar
[Verso 8: Daniel Shadow]
Hoje tá cheio de rap fascista
O game tá feio, rua não é play
Ei boy, estilo homem aranha
Portando spray, fúria na veia
E é nóis que destila o veneno
No Capão ou na Lapa
Fogo nas viaturas
Aqui não tem Astra, só astronauta
Cravando as bic na Lua
Gravei meus verso sem base (fui a luta, sangue nos olhos)
MIC de mesa, flow kamikaze, foi longa a viagem
Luxo é miragem, mas vi com clareza
Malandragem, atividade, que o jogo aqui é sem massagem
O ataque ainda é a melhor defesa
Batida de limão do irmão Danilo
Saiu de camburão no horário nobre
Tinha razão, mas foi esculachado igual cão virá lata
Enquanto pra eles a gente não for ameaça
Os nosso estão lá empilhados igual prêmio de caça
Retardatário, ano após ano
Mas cada volta revolta
Motiva a tropa, rap é conduta
Sem continência pra filha da puta
Nunca é tarde, a rua sabe quem é de verdade
Sem ego, sem vaidade, só prosperidade
Paz, justiça e liberdade
[Verso 9: Nocivo Shomon]
O lodo da rua
Saga continua, mas não de vexame
É só peso no tatame assusta a madame
Ataque do enxame, sente o derrame, (-how!)
Só tonelada inspirada no rap do trem
Lóck tem fama, mas não conceito
Porque respeito é só pra quem tem
Pique Wu Tang, pique Wu Tang escola foi Sabotage
Cês querem massagem eu trago mensagem
Salvando o soldado em cima da laje
Não é viagem, favela triplex
Sem Roléx, mansão, Henessy
Vivendo, batendo de frente com a morte
Na graça de Deus, renasci
Quebrada que eu nunca esqueci, caixa d'água
Canguaíba, lado leste da cidade
Em cada quebra cresci orando, agradeci
Mesmo passando necessidade
Superando a dificuldade
Boy não passa na faculdade vida
Longe do crime, afastado do berro
Minhas dores enterro em cada batida
Moto veloz rolando na avenida
Bala perdida encontrando criança
Rap dedo na ferida do sistema
Que solta corrupto, confiança
Sem confiança, inimigo avança
Ingrato te nega igual Pedro
Segunda face não vem sem vingança
Quem pagar pra ser roubou do estado
Quem vai sobreviver no campo minado
[Saida: Ras Tibuia]
E lá da rua eu vi vários reis da babylon cair
Sistema sujo canto pra subir e os vagabundo não vão desistir