Na Cruz de um Ginete
Ali perto do rodeio
Lá no fundão da invernada
Descansa um velho ginete
Ao pé de uma cruz cravada
Dorme ali no sono eterno
Um domador entonado
Que inventou de medir forças
Com o famoso aporreado
Dormi ali no sono eterno
Um domador entonado
Na cruz plantada no chão
Não consta nome nem data
Só uma fita cintilante com
Falsos brilhos de prata
Num braço da cruz reiuna
Se avista um rancho campeiro
A única casa que teve
Que ganhou de um João barreiro.
Nem no dia de finados
lembra este canto bagual,
Só o gado reza por ele
Reunido em missa campal
E um touro osco é o solista
Deste crioulo no coral
Nas noites quietas de inverno
Que nem o vento assovia
Se vê um Taura gineteando
No lombo da Sesmarias
Quando o matungo tropica
Ali perto do rodeio
Dizem que sua alma gineta, levanta o o pingo no freio
O maula hoje pilungo
Que lhe arrebentou a espinha
Relincha na tumba dele
E cheira a cruz a tardinha
Quando o silêncio se ajoelha
Na cruz solita no campo
A noite vira velório
Com os círios dos pirilancos