Brasa

Incendiário!
A brasa que te vai queimar!
Incendiário!
O calor que te vai abafar!
Eu estou a pegar fogo na rua!

Só bates em Agosto como fogo posto
Não tens posto no suposto composto desta cultura
És artista "fogo de vista" um solista na negra lista
Um sovina capitalista na indústria da censura
Sobe a temperatura!
Colamos ponteiros em manómetros
Mercúrio em termómetros, voltas ao conta-quilómetros!
Eu estou a cuspir fogo sem aniquilar civis
Amor de valor como um colecionador de vinis
Isto é vício não ofício não há fogo de artifício
Ou indício de sacrifício para quem ama o que faz!
Desde o início é benefício vitalício
O exercício de expelir o suplício de todo o mal que ficou para trás!
Inflamável como gás tens o ego insuflado
Como um preso em Alcatraz não chegarás a nenhum lado!
Estás cercado pelas chamas da fama
No purgatório tipo cama do sanatório
Com destino ao crematório
É notório que és inseguro seguro-te pela mão
Asseguro-te que todo homem esconde a sua imperfeição!
Há espontânea combustão entre o verso e o refrão
Enquanto marco no do Marco que é um Narco na produção!
Marco do meio da rua
Como 30 de Golden State
Eu fui feito à medida
E não mudo só para ser aceite
Se procuras um lugar procura o lagar do azeite
Tu não és definitivo mas sim um dente de leite
Uma imitação barata de fraca repercussão
Como um escritor sem valor, um animador de excursão!
100 no som, sem noção que não percebem onde estão
E o que estão a fazer na cultura em que estão
Em questão a composição escrita de fraca envergadura
Uma imagem rica e bonita mas pobre na escritura!
Não há cura! Quem atura hipocrisia em fartura?
De quem fatura em poucos anos dando o ânus à estrutura!
Tu pára e fura na imprensa sem currículo ou historial
Alma impura tu pensa não dura sempre o Carnaval
A mentira vai e vem
É o karma habitual
Quem brinca com o fogo queima-se, o ditado é universal!

Incendiário!
Aqui a fasquia sobe como a temperatura!
Tu já sabes que eu sou!
A brasa que te vai queimar!
Eu estou a pegar fogo na rua!
Incendiário!
Vê como a fasquia sobe como a temperatura!
Tu já sabes que eu sou!
O calor que te vai abafar!
Eu estou a pegar fogo na rua!

Ele quer, pitar no teu berço, tibar do teu poço
Ele fala por interesse para entrar no teu bolso
Ele dá-te a crença para que cedas a um algarismo
A ganância tem labaredas quando tentas malabarismo
Roubar para ter um lugar nas ribaltas
É o vosso hino
A partir de agora não há mais esmeraldas para nenhum suíno
Tu defraudas o teu sobrinho, cultivas mas não semeias
Um dia tens que assumir que és pior de quem te assemelhas
Tenho orelhas evoluídas, em odisseias sem dormidas
Tu odeias e invalidas porque ideias estão falidas
Tu só querias estar seguro e brilhar na vida morcega
És o caloiro mais maduro
O futuro que nunca mais chega como é possível?!
Ele é imbecil a pensar que é promissor é previsível
Nem está visível no meu retrovisor
E eu?
Sou a influência que ele preza e dá continência
Mas quando a imprensa aparece
É amnésia de conveniência
Ele vive da aparência, observa a nobreza e imita
Ele anseia ter a assistência
Reserva uma mesa e grita que podem vir mais garrafas
Problema não vai ser guita
O problema é tu seres otário
Quando estás atrás de uma fita com beldades e pulseiras
Porteiras e convidados, vaidades na fogueira
É a cegueira dos confinados
Tu queres fotografias, só te imaginas em passadeiras
Eu ‘tou na via a fazer piscinas sem braçadeiras
Tens armadilhas
Tenho armaduras para granadas sem cavilhas
Que dão feridas e queimaduras
Crio a sinfonia e toco em mais notas que partituras
Tu copias autorias, não brilhas sem amarguras
Agulhas dão o som das ondas em ranhuras
Mergulham em misturas, dão-me zonas e culturas
Não há desculpas, não há rimas cultas se tu não te informas
Tu não consultas e há knowledge em muitas plataformas
E agora regas aos colegas que tu encargas
E o que pregas quando gabas o que alegas, tu alargas
Se houver regras tu apagas
Não navegas, tu naufragas
Porque o sol deixou-te às cegas
Não enxergas, tu divagas
Não há tréguas nem há vagas
Se há um recalcamento
Porque em privado nunca há mágoas
Na ribalta mente quando tinhas menos fome de luzes
Tu ainda não te queimavas procuras raps que não são lusos
Depois traduzes e gravas
Em beats parecidos
E omites verdades
É só
Ouvidos vendidos para ouvintes vendados
Quando um palhaço anda a brincar no meu espaço
Eu vou protegê-lo a tua farsa aqui não passa
‘Tás em brasa, mete gelo

Incendiário!
Aqui a fasquia sobe como a temperatura!
Tu já sabes que eu sou!
A brasa que te vai queimar!
Eu estou a pegar fogo na rua!
Incendiário!
Vê como a fasquia sobe como a temperatura!
Tu já sabes que eu sou!
O calor que te vai abafar!
Eu estou a pegar fogo na rua!

Incendiário! A brasa que te vai queimar!
Incendiário! O calor que te vai abafar!
Eu estou a pegar fogo na rua!

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